Coluna - Gaúcho muda história de grave acidente e vai à Paralimpíada

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Por Da Redação em 08/02/2022 às 16:31:28

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Uma publicação compartilhada por Andre Barbieri (@andrebarbieri)

André estará nas duas provas do snowboard. Uma é o banked slalom, na qual o atleta desce três vezes uma pista com gates (portões, na tradução do inglês, que devem ser contornadas na parte interna) e o melhor tempo indica o vencedor. Já no cross os competidores também encaram três descidas, em um percurso com diferentes saltos e obstáculos. A melhor marca determina as baterias do mata-mata, onde quem concluir o trajeto na frente avança à fase seguinte, até a definição dos medalhistas.

“O cross tem muitas variáveis, incluindo sorte. É a primeira vez na Paralimpíada que serão quatro atletas juntos [na bateria]. Já aconteceu de a galera se chocar e cair. Nisso, eu passo os caras e eles não me pegam mais. No cross há mais chances de a pessoa se dar bem. É como no futebol. Não é necessariamente o time que todo mundo acha mais forte que vai ganhar”, analisou o brasileiro, que ocupa o 17º lugar no ranking mundial do cross e o 21º no slalom.

Neste momento André está no Canadá para disputar uma etapa da Copa do Mundo da modalidade no resort Big White, em Kelowna, a partir de sexta-feira (11). Será a oportunidade de o gaúcho testar as pranchas recém-adquiridas que utilizará em Pequim, para onde vai após a competição e um período de treinos, fundamentais para adaptação ao novo equipamento.

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“As pranchas normais são mais flexíveis. Se você comete um erro ela absorve e você provavelmente não cai. O bico é mais arredondado, então você entra em uma curva de diferentes maneiras. A prancha que eu vinha usando é mais rígida, mais para o lado de competição, mas as novas estão em outro patamar de rigidez. São várias camadas, incluindo titânio e fibra de carbono. Elas não permitem tanto erro. A técnica e o movimento têm de ser mais perfeitos. Treinar um mês inteiro com elas fará diferença. Acho que essas pranchas me ajudarão a chegar mais perto dos favoritos”, avaliou.

Na atual temporada de inverno, iniciada em novembro, André competiu nas etapas de Landgraaf (Holanda) e Pyha (Finlândia) da Copa do Mundo de snowboard. Em território holandês, o gaúcho obteve um 12º lugar e um 13º lugar no banked slalom, onde competiu pela primeira vez com o norte-americano Mike Schultz, campeão paralímpico, que criou as próteses utilizadas pela maioria dos esquiadores. Já nas montanhas finlandesas ele obteve uma 9ª e uma 10ª posição.

“A [pandemia da] covid-19 diminuiu geral as provas. Tenho a minha prótese de snowboard há três anos, mas, como só a utilizo na neve, ela tem pouco uso, uns 60 dias no máximo. Há várias coisas que estou testando ainda, mas me adapto rápido e estou em uma ascendente. Se houver 20 atletas [na prova], quero ficar entre os dez. Os caras têm duas Paralimpíadas, nove ou dez anos competindo, mas só o fato de eu ter quase morrido no snowboard e dez anos depois chegar a uma Paralimpíada é uma grande vitória. Qualquer coisa pode acontecer”, projetou o brasileiro.

“Sendo realista? A chance de medalha é baixa, mas quem está na chuva é para se molhar. Não quero me desmerecer por eles terem mais experiência. Levo isso até como vantagem, pois ninguém está focado em mim. Deixa assim, deixa quieto. Quem sabe eu possa fazer um barulho lá”, concluiu o esquiador.

As disputas do snowboard na Paralimpíada de Pequim começam no dia 6 de março, dois após a abertura. Nas últimas edições o Brasil foi representado por André Cintra. Nos Jogos de 2014 (Sochi) o paulista ficou em 28º no slalom. Quatro anos depois, em Pyeongcheng (Coreia do Sul), obteve a décima colocação.

Fonte: Agência Brasil

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