Câmara de Cuiabá discute hoje soluções para amenizar o calor

Em um encontro inédito, a partir de 14 horas desta terça-feira (05/09), no Plenário das Deliberações Paulo Borges (e também via na Plataforma Virtual Online – www.camaracuiaba.mt.gov.br), a Câmara de Vereadores de Cuiabá vai discutir soluções para o calor intenso dos últimos anos – o recorde de 44 graus foi batido em 30 de outubro de 2020. Este ano a temperatura já atingiu 42,3 graus dia 19 de setembro e a tendência é de continuar subindo, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

A audiência pública da Câmara tem o tema "Ilhas urbanas de calor: enfrentando as mudanças climáticas em Cuiabá" e, de acordo com o presidente do legislativo, vereador Juca do Guaraná Filho, esta é a primeira etapa de uma série de ações parlamentares. "O objetivo é discutir políticas públicas que possam reduzir os efeitos das mudanças climáticas em Cuiabá".

A iniciativa é do 1º Secretário da mesa diretora da Câmara, vereador Paulo Henrique, e terá a participarão de pesquisadores, gestores municipais do meio ambiente, representantes da sociedade civil organizada que atuam em ações de reflorestamento e arborização e lideranças comunitárias. "O objetivo é discutir políticas públicas que tragam a diminuição das temperaturas nas ilhas urbanas de calor, com implantação de medidas urgentes para o enfrentamento das mudanças climáticas em nossa Capital", explicou Henrique.

ILHAS DE CALOR

A chamada "Ilha de calor urbano" é um fenômeno climático provocado pela concentração excessiva de asfalto (ruas, avenidas) e concreto (prédios, casas e outras construções). A diferença de temperatura entre um centro urbano impermeabilizado e uma área rural, segundo estudos, pode chegar a 10° aproximadamente. Isso provoca queda na qualidade de vida da população, piora na qualidade do ar e das águas – há diversas doenças associadas – além de aumentar o custo de vida com gasto de energia etc.

Em Mato Grosso, o consumo médio mensal de energia elétrica em residências é 28% superior à média nacional, segundo dados da Concessionária Energisa – rede Cemat. Em Cuiabá essa diferença saltou para quase 84% em abril deste ano: 319 kwh/mês.

Por conta disso, os consumidores cuiabanos podem ter aumento de até 78% na conta de energia elétrica. O aumento pode ser registrado quando se utiliza um mesmo equipamento, pela mesma quantidade de horas, em dias com temperaturas amenas e dias quentes, especialmente no uso em excesso de aparelhos como ventilador, ar-condicionado e umidificador.

Nos últimos 30 anos Cuiabá perdeu 17% de sua cobertura florestal, segundo o Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo do Brasil (MapBiomas). A solução (ou ao menos um paliativo) para o problema é reduzir as áreas impermeabilizadas (com asfalto e concreto), investir em reflorestamento e arborização – mais parques, jardins e áreas verdes – e preservação ambiental.

Uma das soluções a serem discutidas neste encontro está o Programa Ilhas Verdes – iniciativa do próprio vereador Paulo Henrique – que consiste em implantar politicas públicas que permitam o aumento das áreas verdes, principalmente onde hoje há maior concentração de construções. "Cuiabá já foi chamada de Cidade Verde, recuperar este título e promover a melhoria na qualidade de vida de nossa população é um desafio que assumi", define Paulo Henrique.